quinta-feira, 19 de junho de 2008

Dar “Chui”, não é chamar o policia.


Ao falarmos das nossas raízes, e de alguns termos ligados à arte xavega na Nazaré, lembramo-nos de um termo que se utilizava na Lota a quando da venda do peixe.
O “Chui”, é também um termo do nosso vocabulário que muitos jovens de certeza não sabem o que significa, e que teve muito valor na vida nazarena, pois com o “Chui” fazia-se variar o valor do pescado. Não…, não tem nada a ver com a policia.
Quando o peixe chegava á lota era posto á venda, e um senhor começava a fazer uma contagem decrescente que ia indicar o preço do peixe, até que o comprador interessado dizia “Chui”, e aqui parava essa contagem e era atribuído o último preço “cantado” pelo vendedor.
Agora imaginem o que era quando mais do que uma pessoa dava o “Chui”, era giro…, mas logo também resolvido com algum “civismo”.
Esta é uma cena que hoje é reproduzida no nosso areal, que também quanto a mim carece de explicação a quem assiste.
Mais deve ser ensinada aos jovens nazarenos, que dos seus “termos” e “raízes”, pouco ou nenhum conhecimento tem. Sim porque hoje o ”Chui” é electrónico e sem confusão.
Outros termos, outros vocábulos nazarenos, merecem ser divulgados e apreendidos pelos nossos jovens para que possamos preservar a nossa identidade.
Porque a Nazaré tem vida. A Nazaré tem identidade. A Nazaré tem História. A Nazaré tem RAIZES.

terça-feira, 17 de junho de 2008

A história de um povo faz-se, preservando as suas raízes.


A riqueza de cada localidade ou região, são sem duvida as pessoas, são elas que dão vida e caracterizam das mais diversas formas a sua terra. São elas que com o seu trabalho no dia a dia a desenvolvem quer social, quer culturalmente.
Desde, o século XII, que a povoação que viria a dar origem á Nazaré, vive e marca as referências da nossa terra, foi a Pederneira um importante porto que recebeu do rei D. Manuel I, o foral em 1514. Isto todos nós sabemos.
Sabemos ainda que a Nazaré, o conjunto urbano formado pela Pederneira, Sitio e Praia, foi designada vila em 1912.
E sabemos mais, muito mais, mas será que todos temos memória da formação da nossa terra?
Mas não falemos só da formação, falemos dos nossos costumes.
Outro dia estava a rever algumas fotografias antigas e um rapaz com cerca de quinze anos, perguntou o que era aquilo que a moça levava ás costas, disse-lhe que era um “odre”, ele muito admirado disse-me que nunca tinha ouvido falar. Fiquei surpreendido e expliquei exactamente o que era e para que servia na nossa terra, pois o “odre”, tem outras aplicações noutros locais.
Perguntei-lhe se conhecia outros termos, relacionados com as artes de pesca da Nazaré, como “bartidor”, deste termo já tinha ouvido falar mas não sabia ao certo o significado, falei-lhe de outros como “enxama”, “cágado”, “smine”, e falamos de outros que me ia lembrando.
Digo-vos fiquei triste, porque penso que como este jovem, muitos há que não sabem um pouco daquilo que são as nossas “raízes”.
É bom de ver a “arte xavega”, na praia, mas não seria interessante explicar como apareceu, e os seus apetrechos.
Ainda bem que à Carnaval, porque sempre aprendemos os “Lances “, com as marchas, ou o que é o “picol”.
Temos que fazer prevalecer a nossa identidade, as nossas raízes não podem morrer. Se não as alimentarmos elas secam e morrem, não queremos ser um povo sem identidade, temos de alimentar as nossas raízes. A Nazaré tem vida. A Nazaré tem identidade. A Nazaré tem História. A Nazaré tem RAIZES.

domingo, 8 de junho de 2008

Caminhar


Está na “moda” o caminhar.
Aproveitando estarmos a falar de Atletismo, nos meus últimos escritos, gostava de dar algumas dicas ás pessoas que fazem caminhadas.
É normal vermos muita gente fazer caminhadas ao longo da marginal e noutros locais como a Ciclo-Via do Sitio para as Paredes, mas poucas são as que na verdade fazem bem. Caminhar, é bom faz muito bem á saúde, mas não com saltos altos, chinelas, calças de ganga, etc.…
Dos exercícios ditos aeróbios, a caminhada é sem sombra de dúvida a modalidade que reúne o maior número de qualidades. Todas as pessoas que não apresentam limitações físicas importantes podem caminhar. Todos aprendemos a caminhar muito cedo, portanto, somos bio mecanicamente mais eficientes durante uma caminhada, do que durante qualquer outra actividade física. Permite ao iniciado começar o seu programa de exercícios com cargas bem leves de trabalho e, com o tempo, ir progredindo lentamente, até atingir a intensidade ideal de treino.
O custo dessa actividade física é muito baixo e pode ser realizada em praticamente qualquer lugar. Seja na rua, nos parques, na praia, no campo, realmente qualquer lugar serve para quem quer dar uma boa caminhada.
Como todo exercício aeróbio é importante que a caminhada se prolongue por pelo menos 20 minutos. Isso é necessário para promover a melhoria da condição física. Isso significa que com o decorrer do treino, maiores distâncias passarão a ser percorridas com menos esforço e com mais velocidade. Quando a caminhada dura menos do que 20 minutos, ela também promoverá melhorias na saúde, queimará gorduras e trará bem-estar, mas a melhoria na condição física é menor.
Para a saúde, é muito melhor caminhar pouco do que não caminhar nada.É muito importante que a caminhada se estenda por mais de 20 minutos, mas, não é necessário que a duração exceda 60 minutos.
É mais importante para o iniciado, primeiro aumentar o tempo da caminhada, antes de preocupar-se com a velocidade. Depois de caminhar confortavelmente, por 40 a 60 minutos, só então deverá aumentar a velocidade da caminhada. Para adultos saudáveis, a velocidade de 6,5 km por hora é excelente em termos de gasto calórico e de condicionamento cardiovascular, podendo ser usada como uma meta a ser atingida. Nunca esquecendo que cada indivíduo tem os seus próprios limites, os quais devem sempre ser respeitados.
Procure um local agradável e seguro, onde não haja poluição, evite também locais onde o terreno seja muito acidentado.
Use roupas leves e confortáveis. Evite tecidos sintéticos ou qualquer outro tecido que prenda seus movimentos. Use uns ténis com amortecimento adequado. O relógio é importante para medir a duração da sessão de caminhada, as meias também são importantes, opte por meias finas para não causar bolhas.
Antes de iniciar a caminhada, tenha em atenção, que é importante que esteja hidratado e tenha feito a ingestão de algum alimento pelo menos uma hora antes. Deve-se iniciar com alguns exercícios de alongamentos como, pescoço, braços, tronco pernas e pés. O alongamento inicial é importante pois ajuda a preparar os músculos para o início da actividade. Estes alongamentos podem durar entre cinco a dez minutos.
Iniciamos a caminhada com um ritmo mais lento durante cinco a dez minutos, pois ainda estamos em fase de aquecimento, depois é caminhar tendo sempre em atenção a sua frequência cardíaca. Quando estiver a finalizar a sua caminhada, desacelere o andamento para recuperar o seu ritmo cardíaco normal, fazendo também alongamentos como fez no inicio. Não se esqueça que a hidratação é tão importante no princípio como no fim da caminhada.
Boas caminhadas.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

“O prazer de correr na Nazaré á Noite”


Depois de termos escrito sobre a não realização da “Volta à Praia”, consultamos o “sitio” da nazarefm.com, e vimos que já se encontra uma informação sobre a não realização desta prova.
A razão da não realização não está expressa, será de bom tom, que os senhores directores da Meia-Maratona Internacional da Nazaré – Associação de Cultura e Desporto, informarem os seus associados, os atletas e outras pessoas interessadas, qual ou quais as razões, que os levaram a não realizar a “Volta à Praia” este ano, e se é ou não para continuar, pois daquilo que está escrito leva-nos a pensar que sim.
Gostámos também de saber que a Associação, garante que não vai deixar de apostar no Atletismo, e que vai alargar o plano de actividades a desenvolver no futuro.
Ainda bem, porque já se diz para aí que a Secção de Atletismo não vai ter continuidade na próxima época, e que em vez de provas de Atletismo, estão mais virados para as provas de Triatlo e BTT.
Não é, que essas organizações não sejam bem vindas, mas e as outras que já fazem parte da história do Atletismo da Nazaré.
Não podem os senhores dirigentes da Meia-Maratona Internacional da Nazaré – Associação de Cultura e Desporto, esquecer que esta Colectividade é o prolongamento a continuidade do Atletismo na Nazaré, que conta segundo alguns mais de 55 anos, com alguns grandes resultados.
Espero ver, as respostas às dúvidas aqui deixadas serem apresentadas, para que não me leve a pensar, aquilo que nos outros espaços já escrevi á cerca da atitude tomada.
Até lá, afirmo que os senhores directores estão ligados a uma das páginas mais tristes e negras do Atletismo da Nazaré. A não realização da “Volta á Praia” – O Prazer de correr na Nazaré à noite.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Um recado…


O recado é no seguimento daquilo que ontem escrevi, para os dirigentes da Meia-Maratona Internacional da Nazaré – Associação de Cultura e Desporto.
Ao abrir o site da nazarefm.com, e ao linkar, na Associação, vem uma descrição do que é a Associação e lá diz assim:
“A Volta à Praia “O Prazer de Correr na Nazaré à Noite” acontece todos os anos no dia 09 de Junho (véspera do feriado nacional). Vai já para a sua 6ª. Edição. É uma prova diferente de todas as outras por nós organizadas, pois corre-se pelas ruas da Nazaré com a particularidade de ser à noite, a partir das 21 horas. São também corridas para todos os escalões e contam já com uma participação razoável de atletas alguns de bem longe da nossa zona.
Mais, no mesmo site e abrindo o da Meia Maratona Internacional da Nazaré em Links úteis, diz a certa altura na mensagem da Direcção que:

“Todas as restante provas serão para continuar, e se possível melhorar. Teremos o Corta Mato Nª Sª da Nazaré em Fevereiro, a Corrida da Liberdade no 25 Abril, a Volta á Praia no 9 de Junho, O Volei de Praia e a Prova de Natação Joaquim Bernardo de Sousa Lobo em Agosto, e a Mãe das Meias Maratonas a Meia Maratona Internacional da Nazaré, sempre no segundo Domingo de Novembro. Pretendemos criar uma prova de pista, a integrar no Campeonato Distrital de Atletismo e a realizar no Estádio Municipal.”
Pois é meus senhores em que é que ficamos.
Será que os sites referidos, não são para levar em conta?
Será que o que se escreve não é para ser respeitado?
Será que é só promessas…?
Estamos cá para ver, e ouvir.
A Corrida da Liberdade foi-se. A Volta à Praia vaie-se. Espero que ficamos por aqui.
O recado aqui fica.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

A Carolice acabou…?


Ao tomar conhecimento que não se realiza este ano a Volta à Praia, fiquei deveras surpreendido. Por diversas razões.
Primeiro, porque já era tida nos meios do Atletismo, como uma prova de calendário, muitos dos atletas preparavam se para ela ou serviam se dela para preparar outras competições em que participam.
Segundo, porque já nos habituávamos a ter esta prova como certa nas realizações da Meia-Maratona Internacional da Nazaré – Associação de Cultura e Desporto.
Terceiro, porque era uma prova que se perspectivava como organização de futuro, se os organizadores quisessem, ou estivessem interessados em a desenvolver.
È claro, e olhando para o que foi esta competição, só teremos que dizer que a carolice…acabou, ou então que os dirigentes das colectividades não estão virados para as organizações que não dão nas vistas, que têm menos impacto.
Acabar com uma prova que na edição passada a sexta, teve a participação de perto de cento e oitenta atletas (179), muito bom para uma prova que já apresentava uma organização mais desleixada., não se pode dizer que acaba porque os atletas não aderiram.
Por falta de meios matérias para a sua organização também não acredito, porque é das organizações mais baratas que se podem fazer, até porque se dão poucos prémios e os atletas aderiam.
Muitas outras razões poderiam ser apontadas em defesa daquela que tinha como lema “O prazer de correr na Nazaré à noite”, acabar com a Volta á Praia, fica para quem a pratica, como um marco negro na longa história do Atletismo Nazareno.
Não podem os senhores directores da Meia-Maratona Internacional da Nazaré – Associação de Cultura e Desporto, esquecer que esta colectividade foi fundada como o seu próprio nome o diz, por causa do Atletismo.
Já não há carolice…?

sexta-feira, 23 de maio de 2008

CAROLICE JOVEM….


Há mais de trinta anos, quando se realizava alguma actividade com maior ou menor dimensão na nossa terra, era necessário recorrer a muitos carolas, alguns deles com idades ainda bastante jovem.
Estou a recordar-me exactamente da X.ª Volta à Nazaré, prova de Atletismo que se realizava a 10 de Junho, todos os anos por iniciativa da Juventude Operária Católica da Nazaré.
Nesse ano e como o Atletismo na Vila, estava em expansão, lembramo-nos de realizar algumas actividades paralelas, á referida prova pedestre. Assim resolvemos fazer uma exposição fotográfica e um colóquio.
E Exposição fotográfica, era de um fotógrafo bastante conhecido e admirado pelas fotografias que ilustravam o jornal A Bola onde trabalhava de seu nome Nuno Ferrari, o colóquio sobre Atletismo, com o Prof. Mário Machado, estas realizações foram feitas no Clube Stella Maris da Nazaré.
O colóquio não foi difícil de organizar porque, foi nesta altura que começou as primeiras abordagens para a realização da Meia-Maratona, através do Prof. Mário Machado e dos organizadores da Volta à Nazaré.
Mas a exposição, teve outras “voltas”. O contacto com o “poeta da imagem desportiva”,
Foi bastante fácil, ou não fosse aquele um homem simples de trato bastante acessível e de uma humanidade inexcedível, e o sim da sua parte para trazermos os seus “retratos”, foi rápido, mas com um senão, como fazer chegar à Nazaré, a sua obra?
Depois de pensarmos algum tempo, resolvemos seguir para Lisboa e trazermos aquele “Tesouro”, até à nossa terra. Para isso, saímos da Nazaré acompanhado, pelo atleta e amigo o já falecido Luís Saldanha.
Como Lisboa ficava a mais de cem quilómetros e na altura o transporte melhor e mais barato era o comboio, tínhamos de sair de véspera para podermos fazer o que nos proponhamos realizar. Chegados á capital dirigimo-nos à Travessa da Queimada no Bairro Alto, onde se encontrava a redacção do Jornal A Bola, e nos aguardava o fotografo Nuno Ferrari, qual não foi o nosso espanto quando vimos dois caixotes enormes com as fotografias preparadas para serem expostas, o “poeta” confiou-nos o seu “tesouro” sem qualquer outra exigência ou qualquer outra pergunta.
Agora imaginem, dois jovens “provincianos” que de Lisboa na altura pouco ou nada conheciam, transportando dezenas de fotografias de um dos melhores fotógrafos desportivos da Europa senão do Mundo, a caminho da estação do Rossio, para apanhar o comboio que nos traria até ao Valado dos Frades.
Nunca imaginamos o valor que trazíamos connosco, sabíamos que era uma grande responsabilidade, mas não imaginávamos que ela era tão grande.
Será que hoje um fotografo como o Nuno Ferrari, entregava a dois jovens com pouco mais de dezassete anos, o seu trabalho?
Será que hoje algum jovem, se proponha fazer esta aventura sem meditar nos riscos?
Será que ainda a carolice é como antigamente?

sábado, 17 de maio de 2008

Será que se evoluiu tanto como se diz?


Será que se evoluiu tanto como se diz?
A grande maioria dos Jovens com quem convivi nos anos 60 e 70, não são os "operários" de outros tempos, hoje são, pequenos empresários, trabalhadores por conta própria, alguns ainda trabalham por conta de outros.
Mas será, que mesmo assim os problemas que debatíamos à décadas atrás, não são os mesmos de hoje?
Será que já foram ultrapassados todos os problemas relacionados com o trabalho, quer daqueles que trabalham por conta de outros, ou aqueles que trabalham por conta própria?
Será que a justiça social, já foi encontrada?
Será que a luta, que se travava, noutros tempos não é de toda igual aquela que hoje vivemos?
O que mudou.
Foi podermos dizer tudo o que acima descrevemos sem problemas de sermos prosseguidos e amordaçados, os nossos pensamentos poderem ser exprimidos sem medo de represálias ou já se começou a olhar com desconfiança?
Os problemas continuam a ser os mesmos, a maneira de olhar para eles são os mesmos, a sua resolução é a mesma, a luta continua a ser igual, a liberdade é que é outra.
Será mesmo…???

domingo, 4 de maio de 2008

DIA DA MÃE… DIA DO HOMEM DO MAR


Não sei se é por coincidência ou não, mas fazer coincidir o Dia da Mãe, com o Dia do Homem do Mar, têm quanto a mim algo de semelhante, o sofrimento…
Dia da Mãe… daquela que nos trás no seu ventre durante nove meses…daquela que nesse tempo sofre para que não nos aconteça nada… daquela que se priva de muito por nós… daquela que está sempre pronta para nos auxiliar… daquela que está sempre pronta a defendermo-nos… daquela que não têm hora para pegar ou despegar … daquela que dá tudo mesmo tudo por nós… é esta a nossa mãe.
Homem do Mar… aquele que está pronto para enfrentar o “abismo” para defender os seus filhos… aquele que passa horas dias em busca do “pão” para a sua casa… aquele que desafia os perigos da intempérie… aquele que não têm horário… aquele que está dependente do que o mar dá… é este o Homem do Mar.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

CHEGOU O SOL… COM ELE O SORRISO


Chegou o Sol… com ele o sorriso.
É verdade hoje 25 de Abril de 2008, está um dia magnífico de SOL, o “astro rei” no seu total esplendor. Com ele já se ouvem os sorrisos das pessoas que vieram até à nossa terra, com o intuito de passar um dia de praia, como á muito não desfrutavam.
Faz-nos lembrar, o mesmo dia em 1974, quando esse grupo de Capitães (SOL), nos devolveram a dignidade de sermos homens e mulheres livres (sorrisos).
Como agora nos libertamos (esperamos) da intempérie, também nessa altura nos libertamos dessa “noite”, tão longa do estado novo, da opressão a que estávamos sujeitos, da repressão que vivíamos todos os dias, do medo, da angustia, da incerteza do dia seguinte, porque nós tínhamos já consciência do tempo que vivíamos.
Tínhamos essa consciência, porque embora longe dos grandes centros de decisão, muitos factos marcavam a nossa juventude.
Numa localidade a cerca de cem quilómetros da capital. Tínhamos contactos com algumas figuras intelectuais do nosso pequeno meio, que nos iam informando e dando a conhecer o que se passava, tínhamos aqui ao lado (Cela) o “General sem Medo”, tínhamos contacto com outros povos que nos visitavam para desfrutar da nossa magnifica praia, e informavam-nos da sua maneira de viver, tínhamos também conhecimento do que se passava em outras paragens, através dos nossos colegas “embarcadiços”, era este o nome que se dava aqueles que faziam a sua vida na marinha mercante portuguesa. Enfim, quem não tivesse (muito) medo, sempre aprendia e sabia mais do que “eles” queriam que soubéssemos.
Foram, eles o SOL (Capitães) da nossa liberdade. Como posso esquecer o dia em que ao despertar para mais um dia de escola, fui surpreendido no caminho para o Externato, com a música que ouvia nas rádios, música portuguesa e do nosso folclore. Ao chegar às aulas tomei conhecimento do que se estava a passar, eram oito horas da manhã. Quem é que tinha calma para estar numa sala de aulas?...
Vim logo para baixo, dirigi-me para casa, ao passar por uma papelaria, informaram-me que tinha chegado o livro que tinha encomendado, “Portugal e o Futuro” (por coincidência) de António Spínola. A moça da livraria rejubilava como eu, porque ela também vivia intensamente as dificuldades que se faziam sentir no nosso país até esse dia.
Era uma das jovens que tinham a consciência de liberdade, e que também sentia a opressão, a angustia, o medo. E os dois gritamos Liberdade…Liberdade…

MERECIDISSIMA HOMENAGEM



Há pessoas que a sua memória vive para além dos tempos.
São pessoas, que deixaram obra feita, que deixaram saudades, que ainda hoje dizemos “fazem falta”…
Normalmente em vida, ou são esquecidas ou não se lhe dá o devido valor. O valor que sem dúvida, lhes era devido, pois só após o seu desaparecimento do convívio dos vivos, se lhe reconhece a importância da sua passagem por este mundo.
Pela primeira vez, que me recorde, vai ser prestada MERECIDISSIMA HOMENAGEM, a uma figura pública da minha terra, e que todos os que convivemos com ele, sentem esta com muito alegria ao ver ser reconhecido pela autarquia o seu valor como cidadão desta terra, que ajudou a cultivar. Não só, por ter dado inicio ao Externato, que permitiu à grande maioria de jovens não sair da sua terra para prosseguir os seus estudos, mas também pelos seus ensinamentos, não só nas disciplinas que tão habilmente ensinava, mas também em conceitos de vida.
Foi com ele que eu aprendi quem eram algumas figuras politicas internacionais antes do 25 de Abril de 1974, foi com ele que eu tomei conhecimento com outras realidades politicas existentes no mundo de então, foi com ele que eu conheci alguns famosos pensadores, foi com ele que eu comecei a despertar para a vida.
Quando a certa altura da minha vida de estudante resolvi ser deselegante, resolvi abandonar a escola, foi ele que me incutiu o sentido de responsabilidade, para com a sua instituição e para com a minha família, é a ele que eu devo hoje toda a minha cultura geral, é a ele que eu devo o respeito que tenho pelos outros, por todos aqueles que como ele nos ensinaram a ser aquilo que hoje muitos de nós nos orgulhamos de ser.
O que seria da minha terra, se ele não tivesse edificado o Externato, esse estabelecimento de ensino, que cultivou, a maioria dos rapazes e raparigas desta terra e não só, porque lembramo-nos de muitos dos nossos colegas que vinham de longe estudar para cá. E que ainda hoje gosta desta terra como sendo sua.
Obrigado Dr. Fernando Rodrigues Soares…

quarta-feira, 23 de abril de 2008

A EVOLUÇÃO NÃO PÁRA…

Os tempos correm, o mundo avança, evolui, não pára.
Cada vez mais depressa, que muitas vezes nem damos pela velocidade, das modificações à nossa volta.
Modificações que são de toda a índole, desde o pensamento até às coisas mais banais da vida.
Recordarmos que, à pouco mais de trinta anos, para nos deslocarmos à capital, tínhamos de ir de véspera, demorávamos mais de quatro horas, hoje esse mesma viagem faz-se em pouco mais de uma hora.
È, na verdade a evolução dos tempos o evoluir sem parar, o evoluir…o evoluir
Mas, para nós portugueses, a nossa evolução, aparece com o 25 de Abril de 1974, uma evolução, tão desejada por todos aqueles que lutavam pelo seu ideal a “LIBERDADE”.
Deixamos de olhar para o lado com medo do outro…deixamos de ter medo da nossa própria sombra…deixamos de ter medo de viver…
A evolução que começou com a liberdade de expressão. Deixamos de estar amordaçados pelos lápis de censura… deixamos de estar amordaçados por aqueles que nos cortavam o pensamento… deixamos de estar amordaçados e a evolução do pensamento desabrochou, como os cravos desse dia magnifico, em que aquele punhado de CAPITÃES nos devolveram a alegria de viver… a alegria de sermos portugueses…

sexta-feira, 18 de abril de 2008

O NOSSO SORRISO DÁ FELICIDADE AOS OUTROS


Todos nós temos, os nossos momentos de tristeza, de cansaço, de inquietude, de mal-estar.
Se sairmos de nós mesmos, e interessar-mos pelos outros, compreendermos que aqueles que nos rodeiam têm o direito de nos ver alegres, é o principio para melhorarmos esses momentos.
Quem ajuda na procura da felicidade dos outros, encontra o seu próprio bem estar, a sua felicidade, quase sem dar por isso, é sinal de que não se preocupa só consigo, mas procura ajudar os outros.
As pessoas, que escondem a sua angústia, a sua insegurança são pessoas mal humoradas, que com o tempo moldam o seu carácter por detrás de um semblante brusco e distante. A vitoria sobre o próprio medo, sobre a própria debilidade, gera o bom humor. Medos e debilidades, todos nós temos, a diferença entre uns e outros está no modo de os enfrentar. O sensato é fazê-lo com um pouco de bom humor, rindo-se um pouco de si mesmo se for necessário.
É uma grande sorte ter á nossa volta pessoas que sabem sorrir.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

ESTOU TRISTE... MUITO TRISTE...


Estou triste... muito triste, porque já não vejo, já não ouço o sorriso das crianças, das mulheres, dos homens da minha terra.
A minha terra, era um vila alegre sempre bem disposta, sempre com uma laracha ao virar da esquina, eram os gritos das mães a chamarem pelos filhos, eram as brincadeiras das crianças nas ruas, eram os homens a caminho da cabana ou da areia, sempre bem dispostos, sempre com alegria a que o sorriso não faltava.
E agora, em vez do sorriso temos o quê?...
O desprezo pelos outros, o mal dizer, a desconfiança, a intriga, a inveja, a calunia… eu não quero esta terra, quero a minha de volta, quero voltar a ouvir o sorriso das crianças, das mulheres dos homens da minha terra.
Porque o “sorriso” mesmo que seja triste, vale mais que a tristeza de não saber “sorrir”.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

O SORRISO MESMO QUE SEJA TRISTE, VALE MAIS QUE A TRISTEZA DE NÃO SABER SORRIR


O “sorriso” é como o Sol num dia enevoado, dá prazer e estimula.
Quando a vida não nos faz sorrir é porque estamos mesmo mal, ou o ambiente à nossa volta não nos estimula, ou por outras razões das mais diversas ordens.
Muitas vezes, dizemos que tristezas não pagam dividas, queremos com isto dizer, para quê estarmos tristes se os problemas continuam até encontrarmos solução. Por isso o mais importante é reagirmos com um “sorriso.”
A alegria de viver deveria estar presente em todos nós, com ou sem problemas, porque todos nós sabemos “sorrir,” era importante que os nossos governantes, também soubessem “sorrir,” para que a nossa vida ainda que mais sofrida, fosse mais leve.
Mas também aqueles que nos fazem chegar as mais diversas noticias, soubessem também “sorrir,” para de vez em quando aliviarem o nosso sofrimento com noticias mais leves e não noticiarem sempre com um ar triste.
Porque o “sorriso” mesmo que seja triste, vale mais que a tristeza de não saber “sorrir”.